12/07/2015

Intervenção inicial de Alexis Tsipras no Parlamento Europeu - 2015.07.08


7

NOSSA IMPOTÊNCIA DIANTE DO TEMPO


Publicado em recortes por Wellington Freire Machado: Professor de Literatura Espanhola e Hispano-americana, doutorando em História da Literatura. Apenas mais um grão de areia na imensidão do universo.

É a consciência de nossa finitude que nos permite aproveitar a viagem. É o entendimento de que todas as coisas deste mundo são impermanentes. Que pessoas vem e que pessoas vão. O que é ruim vai passar. E o que é bom também. Que o amor, assim como outros sentimentos, não precisa durar para sempre no tempo cronometrado pelo relógio. Entendemos que ele precisa durar para sempre dentro de nós mesmos, no tempo psicológico. Naquele lugar onde só nós podemos estar presentes, através de um clique acionado pelo controle remoto da memória.
A efemeridade da vida talvez seja uma das perturbações mais cáusticas que acometem a humanidade. Quem nunca se surpreendeu pensando na velocidade que a vida andou dos quinze aos trinta anos? Ou dos trinta aos cinquenta? O "ontem", ainda fresco na memória, pode estar distante cinco ou dez anos de nós. Mas foi logo ali. E quando nos vemos diante do tempo, este senhor silencioso e voraz, entendemos que o tempo psicológico muitas vezes é incapaz de acompanhar a cronologia dos fatos, a velocidade do relógio. Não é arbitrário o fato de Cronos (Κρόνος), o titã grego que representa o tempo, ser conhecido por engolir seus filhos. Na esfera de experiência somos engolidos lentamente como uma presa guiada ao seu destino implacável. E é justamente nesse ínterim, em meio a flashes de consciência, que podemos (re)pensar uma série de certezas e perceber que nossa condição humana nos conduz a uma jornada similar a das estrelas errantes, predestinadas a vagar pela imensidão do cosmos.
A nossa fragilidade diante do infinito nos faz humanos. O sábio dramaturgo espanhol Pedro Calderón de la Barca (1600-1681), em sua peça intitulada A vida é sonho, associa a consciência do presente a uma espécie de sonho lúcido. A fala de Segismundo, protagonista do drama de Calderón, constitui um dos monólogos mais belos da literatura: “O que é a vida? Um frenesi. O que é a vida? Uma ilusão, uma sombra, uma ficção; e o maior bem é pequeno, que a vida inteira é apenas um sonho, e os sonhos, sonhos são".  
Compreender a vida como uma viagem com o retorno carimbado é aceitar a nossa condição efêmera. É o entendimento de que o mundo tangível é impermanente. Que nesta viagem, alguns passageiros embarcam e outros desembarcam. Os momentos tristes dissolver-se-ão. Os felizes também. É a compreensão de que o amor, um dos sentimentos mais viscerais, não precisa durar para sempre no tempo cronometrado pelo relógio. Ele precisa, sim, durar para sempre em nosso interior. Naquele lugar no qual outras pessoas não podem estar nem sequer em sonhos. Naquele lugar em que só nós possuímos a chave e o acesso livre, onde podemos entrar a qualquer momento.  
Com esta consciência entendemos que o amor egoísta contrai, aperta contra o peito, agarra com força e sufoca. O amor verdadeiro liberta, pois sabe que neste mundo nada nos pertence.
Inspirou gerações de alquimistas a imagem da roda da fortuna. Na sabedoria antiga, a roda representava o homem em seus diversos estágios ao longo da vida: como rei (em seus momentos de glória), despencando na roda (nas situações de decadência), embaixo (fulminado pelo ciclo) e subindo novamente (recomeçando o ciclo). Assim, em rotações sucessivas ao longo de uma existência, tinha como consolo a certeza de que todos os momentos passarão. E, como consequência, entendia que a dor não é eterna. Tal como a felicidade, que também está sujeita ao movimento de passagem. E assim, ao longo de uma existência percebia que o eterno só existe dentro da gente, não fora.

Então, após sermos aterrorizados pela avidez do pai devorador, finalmente entendemos que a efemeridade da vida não é nada mais que um movimento autorregulador. Que um infortúnio pode acarretar mudanças magníficas, sem as quais não entenderíamos a razão de viver. Que as perdas cotidianas são apenas células que morrem e que a morte, neste ciclo, não é um fim, mas, um estágio de existência necessário para um novo recomeço. Logo, após nossa casa desabar durante a tempestade, aprenderemos a reconstruí-la com o que sobrou. E assim seguimos. Reconstruindo. Inovando. Morrendo. Renascendo.

11/07/2015

19 CONSELHOS PARA DEPOIS DOS 60

Depois dos 60 anos, 19 regras básicas excelentes!

1. É hora de usar o dinheiro que você economizou toda sua vida.

Usá-lo agora e não guardá-lo para que não desfrutem os que não conhecem o sacrifício de havê-lo conseguido, geralmente pessoas que nem sequer são da família: genros, noras, sobrinhos. Recorde-se que não há nada mais perigoso que um genro com ideias. Cuidado: não é época para aplicações por maravilhosas que pareçam, estas só lhe trarão angustias e esta época é para ter muita paz e tranquilidade.

2. Deixe de preocupar-se com a situação financeira de filhos e netos.

Não se sinta culpado de gastar seu dinheiro consigo próprio. Provavelmente, você já lhes ofereceu o que foi possível na infância e juventude como uma boa educação. Agora, portanto, a responsabilidade é deles.

3. Já não é época de sustentar a ninguém de sua família.

Seja um pouco egoísta, mas não usurário. Tenha uma vida saudável, sem grandes esforços físicos. Faça exercícios físicos moderados (por exemplo andar regularmente) e alimente-se bem.

4. Compre sempre o melhor e mais fino: ao fim e ao cabo é para você.

Recorde-se que nesta época, um objetivo chave é gastar o dinheiro com você, com seus gostos e caprichos e os de sua parceira. Depois de morto o dinheiro só gerará ódios e rancores. Nada de angustiar-se por pouca coisa. Na vida tudo passa, sejam os bons momentos que devem ser recordados, sejam os maus que devem ser rapidamente esquecidos.

5. Independentemente da idade, mantenha vivo o amor sempre.

O amor à sua parceira, o amor à vida, o amor ao teu próximo.

6. Esteja sempre limpo, tome um banho diariamente.

 Seja vaidoso. Frequente o barbeiro, faça as unhas, vá ao dermatólogo, ao dentista, use perfumes e cremes com moderação. Mesmo que agora você não seja elegantíssimo, seja pelo menos bem-cuidado.

7. Nada de ser muito moderno, tente ser clássico. É triste e dá pena ver gente idosa com penteados e roupas feitas para jovenzinhos.

8. Mantenha-se sempre atualizado.

Leia livros e jornais, ouça o rádio, veja bons programas na TV, visite a internet com boa frequência, envie e responda "e-mails", utilize-se das redes sociais, mas sem afobação nem criar vício com elas.

9. Respeite a opinião dos jovens apesar de que as vezes podem estar equivocados.

Muitos deles estão melhor preparados para a vida do que nós estávamos quando tínhamos a sua idade.

10. Jamais use a expressão "Em meu tempo".

Seu tempo é hoje, não se confunda!!! Está certo recordar o passado, mas com nostalgia moderada e feliz de havê-lo vivido.

11. Não caia na tentação de viver com os filhos ou netos.

Ainda que de vez em quando vá alguns dias como convidado, respeite a intimidade deles, mas especialmente a sua. Se lhe falta sua companheira, consiga logo uma empregada que o acompanhe e colabore com as tarefas de casa e só tome esta decisão quando não puder dar mais de si ou o fim esteja bem próximo.

12. Pode ser muito divertido conviver com pessoas de sua geração.

E o mais importante, não dará trabalho a ninguém. Mas aproxime-se de gente positiva e alegre, nunca com "velhos amargurados".

13. Cultive um passa-tempo.

Pode viajar, caminhar, cozinhar, ler, dançar, criar um gato, um cão, cuidar das plantas, jogar cartas, golfe, navegar pela internet, pintar, ser voluntário em uma ONG, ou colecionar algo. Faça o que gosta e o que seus recursos permitam.

14. Aceite todos os convites.

De batizados, colação de grau, aniversários, bodas, conferências...Visite museus, vá ao campo... o importante é sair de casa por um tempo. Mas não se aborreça se não lhe convidam porque as vezes não se pode. Com certeza quando você era jovem tampouco convidava seus pais para TUDO.

15. Fale pouco e escute mais.

Sua vida e seu passado só interessam a você mesmo. Se alguém lhe perguntar sobre estes assuntos, seja breve e procure falar de coisas boas e agradáveis. Jamais se lamente de algo. Fale em tom baixo e com cortesia. Não critique nada, aceite as situações como elas são. Tudo é passageiro.

16. As dores e as doenças estarão sempre presentes.

Não as torne mais problemáticas do que são, falando sobre elas. Trata de minimizá-las. Afinal, elas afetam somente a você e são problemas seus e de seus médicos. Lastimando-se nada conseguirá, asseguro.

17. Ria, ria muito, ria de tudo.

Você tem sorte, você teve uma vida, uma vida longa e a morte será apenas uma nova etapa incerta, assim como foi incerta toda a sua vida.

18. Não se preocupe do que digam, menos ainda do que pensem de você.

 Se alguém lhe disse que agora você não faz nada de importante, não se preocupe. O mais importante você já fez: você e sua história, boa ou má, já passaram. Agora trata-se de passar uma fase, a mais dourada, aprazível e feliz que lhe seja possível.

19. Permaneça apegado a religião apenas o necessário, não mais.

 Rezando e implorando todo o tempo como um fanático, nada conseguirá. Se você é religioso, vivencie intensamente, porém sem ostentação. O bom é que "em breve, poderá fazer seus pedidos pessoalmente"......hehehehehe.....

E lembre-se:

"SOMOS O QUE FAZEMOS, MAS SOMOS, PRINCIPALMENTE, O QUE FAZEMOS PARA MUDAR O QUE SOMOS"

Nota : texto recebido por e-mail.Imagem de arquivo